sexta-feira, 14 de março de 2008

EDITORIAL

Os sistemas de comunicação encontram-se em um momento de constantes modificações, onde ganham força com o desenvolvimento científico e tecnológico em todo o mundo. Discutir e compreender o conceito de rede sociocultural e tecnológica se torna necesário e importante, considerando que estas mudanças estão ocorrendo com grande velocidade em todos os campos.
Com o passar dos tempos, vários meios de comunicação foram aparecendo em todos os lugares do mundo. Foi na década de 70 que a informática passou a introduzir-se gradativamente na sociedade, de maneira mais centralizada, para poucos, constituindo assim, a primeira fase do desenvolvimento tecnológico. Logo após, implantam-se as redes, conectando os computadores em tempo real, resultando na segunda fase e então, na década de 80, surge a terceira fase, falando da descentralização dos sistemas, dando um grande impulso à história da tecnologia no mundo.
Assim, as tecnologias de redes passam a modificar profundamente a vida das pessoas e suas relações com o mundo, implantando padrões de vida mais modernos e cômodos. Os custos relativamente baixos foram dando oportunidades das tecnologias avançarem na sociedade, introduzindo novas formas de se produzir conhecimento e conectando diferentes culturas.
Alguns autores relacionaram características, definindo-as como básicas das redes de telecominicações, são elas: a conexidade, a conectividade, a homogeneidade, a flexibilidade, a isotropia, a nodalidade, Citam ainda outras características mais específicas: a informação é a própria matéria bruta do paradigma da tecnologia da informação, a penetração dos efeitos das novas tecnologias, a existência de uma lógica própria das redes de comunicação e a convergência das tecnologias específicas em um sistema altamente integrado.
Esses novos paradigmas tecnológicos estão, com certeza, diretamente ligados ao sistema educacional. As crianças e os adolescentes estabelecem com as tecnologias uma relação de conhecimento. Portanto, compreender os novos processos de aquisição e construção do conhecimento é a base para tentar superar este impasse.A transformação desse sistema passa diretamente pela transformação do professor, este precisa situar-se no momento histórico pelo qual estamos passando, buscando compreender tais transformações e os novos elementos que estão afetando os campos do trabalho, do lazer, do social, do saber e da educação.
Cabe assim, a implementação de políticas educacionais que estejam de acordo com a transformação da sociedade.
O governo brasileiro elaborou vários projetos sobre a implementação das tecnologias de comunicação e informação no sistema educacional, como no projeto SACI, da década de 60. Mais além, o MEC implantou os projetos TV ESCOLA, segundo a palavra do ministro da época, buscava usar a TV como recurso para a atualização de profesores e para apoio do seu trabalho na sala de aula, se detendo apenas a um "suporte, um instrumento" para o professor, que acabou não fazendo uso deste. Este deveria ser transformado dem espaço de produção de cultura e de conhecimento, integrando estes projtos e assim fortalecendo a escola e os professores.
Sobre o PROINFO, o ministro objetivou fornecer materiais didáticos via internet para os professores, acinando este como um ato promissor. Os professores, no entanto, se deteriam à copiar materiais para suas aulas.
Portanto, cabe assinalar, que não basta apenas a simples presença de equipamentos e recursos, gastar com isto e não utilizar de maneira que venha beneficiar a cidadania. Estes projetos não podem ficar apenas no papel, devem ser postos em prática, visando transformações estruturais nas diversas áreas.

Um comentário:

Caroline Guedes disse...

O editorial de vocês ficou muito bom, traz uma síntese das idéias apresentadas por Nelson Pretto no texto e também algumas colocações e posicionamentos de vocês. Acredito que os projetos que devem ser colocados em prática, como vocês mencionam no final do texto, precisam partir também dos educadores, do desejo destes de mudar, para então cobrar do governo verbas, investimentos, participação. O que acham?